Quem sou eu

Santa Maria/Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brazil
Tome sua dose de Litera Rock ou cale-se para sempre!

30 de abr. de 2011

RAMONES - LOCO LIVE
Download Litera Rock

O Download Litera Rock de hoje, está disponibilizando aos leitores e amigos o disco "Loco Live" dos Ramones. Este disco foi lançado em duas versões: européia (Chrysalis) que foi também lançada no Brasil, contém 33 faixas, entre elas: "Don't Bust My Chops", "Palisades Park", "Love Kills" e "Ignorance Is Bliss". Já na versão americana (Sire), "I Just Wanna Have Something to Do", "Havana Affair", "I Don't Wanna Go Down to the Basement" e "Carbona Not Glue", estão incluídas.

Faixas

1 - The Good, the Bad and the Ugly - 1:59
2 - Durango 95 – 0:46
3 - Teenage Lobotomy – 1:32
4 - Psycho Therapy – 2:12
5 - Blitzkrieg Bop – 1:44
6 - Do You Remember Rock 'n' Roll Radio - 2:59
7 - I Believe in Miracles – 2:51
8 - Gimme Gimme Shock Treatment – 1:18
9 - Rock 'n' Roll High School – 1:49
10 - I Wanna Be Sedated – 2:09
11 - The KKK Took My Baby Away – 2:41
12 - I Wanna Live – 2:19
13 - My Brain Is Hanging Upside Down – 2:52
14 - Too Tough to Die – 2:15
15 - Sheena Is a Punk Rocker – 1:47
16 - Rockaway Beach – 2:03
17 - Pet Sematary – 2:56
18 - Don't Bust My Chops – 2:17
19 - Palisades Park – 2:12
20 - Mama's Boy – 2:08
21 - Animal Boy – 1:54
22 - Wart Hog – 1:35
23 - Surfin' Bird – 2:29
24 - Cretin Hop – 1:24
25 - I Don't Wanna Walk Around with You – 1:11
26 - Today Your Love, Tomorrow the World – 1:42
27 – Pinhead – 2:39
28 - Somebody Put Something in My Drink – 2:37
29 - Beat on the Brat – 2:14
30 - Judy Is a Punk – 1:55
31 - Chinese Rocks – 2:02
32 - Love Kills – 1:56
33 - Ignorance Is Bliss - 3:11


Faça o download clicando AQUI e divirta - se!

(Por Marcelo Rosa)

21 de abr. de 2011

III


                Nem Deus e muito menos o Diabo controlam o destino daqueles homens sentados naquele bar esquecido. Em um canto, um homem negro com um violão permanecia calado. Aqueles que conheceram o inferno, invariavelmente, não comentam o que viram. Talvez os seus dedos fossem grossos demais para aquele instrumento.  O seu terno preto estava desbotado como o de um defunto. Ele permanecia com a cabeça abaixada. O seu rosto era misterioso, assim como o seu futuro. Mas ele não precisava do seu rosto, tampouco do seu futuro. Também não precisava daquela bebida que lhe ofereceram porque era negro e tampouco dos trocados. Ele precisava somente de seus dedos grossos que eram ágeis demais para aquele instrumento.  



(Diego Eduadro Dill)

16 de abr. de 2011

O rockstar queria ser astronauta

Por que este ser quase mítico, espécie de Deus solitário, está tão presente no imaginário roqueiro?



(O Astronauta Lírico, Vitor Ramil)

Postei a versão com o Ramil, para apreciar a letra sem um dicionário de idiomas.



(O Astronauta, Os Replicantes)

A melhor música dos Replicantes. Saber que "eu ainda posso roubar um carro e rodar por aí" me anima mais do que 500 páginas de livros de auto-ajuda, do tipo "Pai Rico, Pai Pobre". Talvez eu tenha algum problema, mas  não estou sozinho.


(O Astronauta da Mármore, Nenhum de Nós)



Podem falar o que quiserem sobre a música, mas ela faz parte de uma fase da minha vida em que eu abri minha cabeça para muitas coisas boas que iria conhecer depois.


(Diego Eduardo Dill)

15 de abr. de 2011


XXXIII

Não faz sentido usar esta máscara, é o tempo que está poluído. Por curtos momentos é preciso vir à tona, recuperar o fôlego e depois submergir novamente na fuligem que rouba nosso ar e não nos deixa respirar. A sua parcela de mal-estar da civilização está reservada, mas beba a sua dose aos poucos, com o café em frente ao espelho. Cada vez que você faz a barba, você tenta apagar esta sombra em seu rosto, mas na manhã seguinte ela volta. Por isso esse rosto cortado. Você assiste a cidade pela janela. A civilização não foi destruída, não há cinzas nem ruínas, apenas certo desbotamento. As idéias estão muito usadas, como os sapatos. A cada velha discussão, um novo cigarro, por isso esse ar viciado. Olhe as páginas cheias dos jornais, tudo está acontecendo, mas nada é o que você esperava. Olhe os letreiros luminosos. Eles lançam luzes débeis sobre a cidade. Há alguma filosofia ou poesia secreta nestes tristes dizeres que somos incapazes de apreender. Esta é a imagem do nosso tempo, um letreiro esquecido aceso depois do amanhecer. Imagem que se repete todo dia, mas ninguém vê.

(Diego Eduardo Dill)

10 de abr. de 2011

VASCULHANDO OUTROS BLOGS

Seguindo na mesma linha do último post do Diego, encontrei um texto muito bom no blog Memorabilia do Márcio Grings. Texto intitulado como : "O PODER DE UMA CANÇÃO". Confere aí!

Tem dias que você se pergunta logo que tira os pés da cama: “por que levantei de lá?”Será que não devia ter ficado soterrado entre os lençóis? Igual a um sobrevivente de um terremoto à espera da equipe de resgate. Resignado como um homem que observa a areia escorrendo pela ampulheta, tal como Ivan Illicht, sacando de leve cada segundo antes da última queda. E você segue acordando no piloto automático, e quando calça o sapato descobre aquela pedrinha chata dentro dele. Putz! E aí, como num passe de mágica, ainda com a escova de dente entre a mão e a boca, liga o rádio e então... Eis que uma música salva o seu dia!  Boom! E essa canção ainda lhe diz. “Segue em frente”.







Nem tô falando da letra de I Want To Love You Baby, um antigo sonzinho da dupla Peggy Scott e Jo Jo Benson, eu digo que dá pra sentir uma energia contagiante pulsando nessa música. E o groove se infiltra em seu sangue e o ajuda de alguma forma. É quando surge de novo àquela voz interior e lhe assopra uma última dica: “Bola pra frente, meu velho”. Tá certo, afinal, você está na boa com suas atitudes e convicções, que permanecem intactas como imponentes estátuas de bronze. E tem outra, apesar de todas as aflições, erros e acertos, dá pra concluir que o segredo de tudo é estar em paz consigo. Afinal, “é uma vida ótima, essa vida de música!”, não acham? Tirei a pedra do sapato e fui trabalhar e cá estou eu, tomando café com você, nobre leitor. 

Grato a Jo Jo & Peggy.

(Texto de Marcio Grings)
(Marcelo Rosa)

7 de abr. de 2011

Nas pegadas das minhas botas....


                 A "Hora do Rush", na Pop Rock, proporciona momentos como esse, enquanto dirijo o carro depois de um dia cansativo de trabalho. Ao chegar em casa, a Ana Paula me pergunta o porquê do sorriso. Talvez porque trago na cidade dos meus versos os sonhos dos meus amigos.
E isso é o suficiente.
                 Essa canção é o suficiente. 
                
                




              (Diego Eduardo Dill)

4 de abr. de 2011


Sobre ratos, Cazuza e T. S. Eliot

      "Os homens ocos" é o meu poema preferido. Eu não sei explicar o motivo, uma vez que não sou um grande conhecedor de poesia. Há um clima de terra arrasada e as imagens ficam martelando em minha cabeça. A sonoridade também foi preservada na tradução. 
      Também gosto muito de um poema do Borges, que futuramente postarei aqui, mas por razões totalmente distintas. 


OS HOMENS OCOS - T. S. ELIOT

"A penny for the Old Guy"
(Um pêni para o Velho Guy)


Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam - se o fazem - não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.

II

Os olhos que temo encontrar em sonhos
No reino de sonho da morte
Estes não aparecem:
Lá, os olhos são como a lâmina
Do sol nos ossos de uma coluna
Lá, uma árvore brande os ramos
E as vozes estão no frêmito
Do vento que está cantando
Mais distantes e solenes
Que uma estrela agonizante.
Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo
- Não este encontro derradeiro
No reino crepuscular

III

Esta é a terra morta
Esta é a terra do cacto
Aqui as imagens de pedra
Estão eretas, aqui recebem elas
A súplica da mão de um morto
Sob o lampejo de uma estrela agonizante.
E nisto consiste
O outro reino da morte:
Despertando sozinhos
À hora em que estamos
Trêmulos de ternura
Os lábios que beijariam
Rezam as pedras quebradas.

IV

Os olhos não estão aqui
Aqui os olhos não brilham
Neste vale de estrelas tíbias
Neste vale desvalido
Esta mandíbula em ruínas de nossos reinos perdidos
Neste último sítio de encontros
Juntos tateamos
Todos à fala esquivos
Reunidos na praia do túrgido rio
Sem nada ver, a não ser
Que os olhos reapareçam
Como a estrela perpétua
Rosa multifoliada
Do reino em sombras da morte
A única esperança
De homens vazios.

V

Aqui rondamos a figueira-brava
Figueira-brava figueira-brava
Aqui rondamos a figueira-brava
Às cinco em ponto da madrugada
Entre a idéia
E a realidade
Entre o movimento
E a ação
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Entre a concepção
E a criação
Entre a emoção
E a reação
Tomba a Sombra
A vida é muito longa
Entre o desejo
E o espasmo
Entre a potência
E a existência
Entre a essência
E a descendência
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Porque Teu é
A vida é
Porque Teu é o
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Não com uma explosão, mas com um suspiro.


(Tradução de Ivan Junqueira)


       Eu acho que Cazuza também lia T. S. Eliot. Vejam as coincidências entre a música de Cazuza e o poema. Claro que a letra da música é mais acessível, mas algumas imagens (ratos na piscina e ratos na adega) estão presentes em ambas as composições. É fácil perceber porque ela também está entre as músicas de que eu mais gosto.





(Diego Eduardo Dill)