Quem sou eu

Santa Maria/Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brazil
Tome sua dose de Litera Rock ou cale-se para sempre!

25 de jan. de 2011

Arthur Conan Doyle

O Aprendizado de Watson

— Não duvido que poderia descobrir outros pontos, Holmes, mas só vou falar desses poucos, para lhe mostrar que há outras pessoas no mundo que podem ser tão inteligentes quanto você.

— E outras nem tanto — disse Holmes. — Devo admitir que são poucas, mas receio, meu caro Watson, que devo incluí-lo entre essas últimas...


"O pecado de Watson, foi subestimar o mestre das deduções."

Dica de leitura. Gostou do trecho acima? Se gostou, leia todo o texto, AQUI

(Por Marcelo Rosa)


Dica de Blog

Gostei demais deste conto(?) do meu colega de mestrado Vinicius Linné, do blog Anjo Maldito, e tomei a liberdade de reproduzí-lo abaixo com o devido crédito. Ah, se o professor Paulo ver isso.


Entre Cacos

É. Então é assim. Ontem você quebrou o caule das flores, hoje um copo, amanhã será um vaso vermelho. E você não conserta as coisas. Nunca. Passado um tempo, você empilha elas sobre a mesa e finge que estão como sempre estiveram. Como sempre deveriam estar.

Na mesa (quebrada) as flores (partidas) apodrecem no vaso (trincado). E você sorri, me abraçando como se tudo estivesse bem. Como se ruínas fossem belezas ainda frescas.

Não são.

Eu vejo os vincos. Eu me corto nos cacos. Eu sei dos armários abarrotados de louça partida. Dos baús repletos de roupas rasgadas. Fiapos de cortina não cobrem o sol, meu amor.

É. Então é bem assim. Um dia você vai perceber que a única coisa inteira na casa toda é o espelho. Mas, se o espelho está inteiro, minha querida, então somos nós que estamos partidos.

(por Vinicius Linné)
Fica a dica para acompanhar o blog do Vini: blog anjo maldito

(por Diego Eduardo Dill)

24 de jan. de 2011

O destino de Sanchez

A hélice do ventilador de teto da estação rodoviária girava para ninguém, girava para espantar o próprio calor. Os cartazes de coca cola perderam a coloração de tanto o sol bater no vidro em que eles estavam presos, o mesmo acontecera com os ladrilhos nas paredes e com a mulher no guichê. Era possível que ela permanecesse ali durante a noite, que ela estivesse a mais tempo naquele lugar do que os cartazes de coca cola. Sanchez desistiu de comprar uma bebida e acendeu um cigarro. Olhou para a santa em um altar improvisado e clamou por proteção. O ônibus chegaria em quinze minutos e ele deixaria o seu passado para trás. Ninguém saberia que ele estava fugindo se o plymouth cinquenta e oito vermelho não houvesse parado em frente à estação. Desembarcaram quatro homens armados. Sanchez olhou uma última vez para a mulher no guichê, para a santa e deu uma última baforada no seu cigarro. É uma pena não poder termina-lo, pensou. A mulher do guichê não se moveu enquanto Sanchez foi assassinado. O seu sangue tinha a mesma coloração dos cartazes de coca cola, que eram desbotados como a pintura vermelha do plymouth que trouxera os seus assassinos. O ônibus no qual ele fugiria chegou pouco depois. Os passageiros encontraram a mulher no lugar onde sempre estivera, os cartazes na parede, a santa no altar e o corpo de Sanchez, que também parecia pertencer aquele cenário.

(por Diego Eduardo Dill)

19 de jan. de 2011

O ROCK PELOS QUATRO CANTOS DO MUNDO

No blog LITERA ROCK, apresentaremos várias bandas, que disseminam o ROCK pelos quatro cantos do globo.
E iniciando a nossa saga, vamos a Espanha, terra das grandes touradas e da banda de Rock n' Blues......... “FITO & FITIPALDIS”. 



Fito & Fitipaldis

Tarde o Temprano

Igual que un faro por la noche
Yo vi la luz de un whisky bar
Y en cuanto me bajé del coche
Yo supe que era mi lugar

Y es bueno saber
Que igual que dinero hay cajón
Las damas que ves te llevan allí a su rincón

Tarde o temprano
Sé que voy a volver
De vez en cuando cada cuando una vez
Sin esperarlo tarde o temprano sé que voy a volver

El tiempo pasa tan despacio
En el club del gato negro
Que hasta el whisky doce años
Aparenta algunos menos

Hay policías y ladrones
Compartiendo cenicero
Y una lámpara mas rota
Que la voz del camarero

No quieras querer
No te confundas, no, no
No puedes comprar
Con tu dinero su amor

Tarde o temprano
Sé que voy a volver
De vez en cuando cada cuando una vez
Sin esperarlo tarde o temprano sé que voy a volver

Tarde o temprano
Sé que voy a volver
De vez en cuando cada cuando una vez

Tarde o temprano
Sé que voy a volver
De vez en cuando



Tradução

Cedo ou Tarde

Como um farol na noite
Eu vi a luz de um bar de wisky
E quando desci do carro
eu soube que era o meu lugar

E é bom saber
Que tem que ter dinheiro em caixa
E as senhoras que você vê, te levam dali para seus aposentos

Cedo ou Tarde
Eu sei que vou estar de volta
De vez em quando, cada quando uma vez
inesperadamente, cedo ou tarde, sei que vou estar de volta

O tempo passa tão devagar
No clube gato negro
Que até wisky de 12 anos
aparenta alguns menos

Há policiais e ladrões
Compartilhando o cinzeiro
E uma lâmpada mais esfarrapada
Que a voz do garçom

Não queira amor
Não se engane, não, não
Você não pode comprar
Com o teu dinheiro o seu amor

Cedo ou Tarde
Eu sei que vou estar de volta
De vez em quando, cada quando uma vez
inesperadamente, cedo ou tarde, sei que vou estar de volta

Cedo ou Tarde
Eu sei que vou estar de volta
De vez em quando, cada quando uma vez

Cedo ou Tarde
Eu sei que vou estar de volta
De vez em quando, cada quando uma vez


(Por Marcelo Rosa)


Quer conhecer melhor o som dos caras?
Então clic AQUI



                   

17 de jan. de 2011

Sobre Borges, Raul Seixas e a Babilônia

Hoje vamos apresentar duas versões para "A loteria da babilônia", o conto escrito por Jorge Luís Borges e a música com o mesmo nome do Raulzito. É provável que Raul tenha se inspirado no conto de Borges para nomear a sua canção, mas ela conserva a originalidade que lhe é característica. Se você conhece apenas o conto ou a música, vale a pena conferir a outra versão para a "loteria".

Para quem curte Borges ou Raul, fica a dica: nós falaremos bastante sobre os dois aqui no blog, por que eles também estão entre os nossos favoritos. 



Este é o link para o conto: JORGE LUIS BORGES

                                        
E aqui você pode ver o vídeo com um clipe bacana para a música:


(Por Diego Eduardo Dill)

15 de jan. de 2011

O Misterioso B. Traven

Existe um vasto material acerca do escritor B. Traven, mas insuficiente para resolver o mistério sobre a sua verdadeira identidade. Segundo algumas versões, B. Traven teria inventado pistas falsas para confundir aqueles que tentavam persegui-lo, por conta de seus ideais anarquistas. Ou talvez alguma de suas supostas identidades seja a verdadeira, mas a teoria de que não passava de uma invenção era mais interessante e acabou prevalecendo.
Seria muito triste se algum dia o mistério fosse revelado. Nós adoramos bons escritores, e bons escritores aventureiros, cercados por certo misticismo, são melhores ainda. E B. Traven, ou Red Marut, ou Traven Torsvan, ou Hal Crove - eram tantas as suas identidades- era um escritor fantástico. Em todos os sentidos da palavra.  O seu texto quase jornalístico e, ao mesmo tempo, mágico, relata situações extraordinárias, no melhor estilo O Coração das Trevas, de Joseph Conrad. Seus personagens são levados a conhecer os limites da experiência humana. O exílio na selva mexicana inspirou a parte mais importante da sua obra, na qual se destacam O Tesouro de Sierra Madre (adaptado para o cinema em 1948, pelo diretor John Huston, com a participação de Humphrey Bogart), O Visitante Noturno e Macario.

(Por Diego Eduardo Dill)

11 de jan. de 2011

A POESIA É UM CÃO DOS DIABOS
Charles ‘Hank’ Bukowski, nasceu na Alemanha em 1924. Apesar deste detalhe de ordem geográfica, nenhum outro escritor representa de forma mais intensa o que foi o século XX na América. Talvez porque Hank, como era carinhosamente chamado pelos mais próximos, tenha vivido o outro lado do sonho americano. Funcionário dos correios, filho de soldado, ele jamais foi um homem comum. Durante toda a sua vida, enfrentou problemas com mulheres e com a bebida. Era constantemente expulso de hotéis sem dinheiro, enquanto as suas obras eram recusadas para publicação. Apesar disso, ele jamais desistiu de ser escritor.
A sua vida reflete-se na sua literatura, especialmente na sua poesia. Nem sempre é agradável ler Bukowski, mas nem sempre era agradável estar na sua pele. O autor afirmava que o amor é um cão dos diabos. Bem, a sua relação com a poesia não era diferente: conturbada, dramática, irônica, apaixonada. O “velho safado” não tinha vergonha de falar sobre o que estava sentindo, de parecer piegas, de desnudar o seu verdadeiro caráter.  Dessa forma, ele foi superior à maioria dos poetas de sua geração. Ele não maquiava o mundo a sua volta com a sua obra; ao contrário, a sua obra era, antes de tudo, uma forma mais branda, mas ainda assim dolorosa, de enfrentar a realidade.
(Por Diego Eduardo Dill)


               Charles Bukowski

7 de jan. de 2011


POR QUE LITERA ROCK?

Por que LITERA ROCK? Talvez porque, mais do que nunca, vivemos em um mundo em que o rock e a literatura precisam ser defendidos por todos aqueles que sabem que a arte é uma forma de tornar o mundo um lugar mais agradável, mais assimilável. Sim, porque o rock e a literatura como conhecemos correm sério risco de desaparecer. Pela primeira vez, em muito tempo, temos uma geração que ignora muitas das conquistas da humanidade. Não pregaremos uma volta ao passado, até porque este nunca foi o objetivo do rock ou da literatura, mas um futuro em que os seres humanos possam explorar ao máximo as suas potencialidades.
Há muito mais coisas em comum entre literatura e rock do que a maioria de nós imagina. Muitas mentes brilhantes já afirmaram que o som pode ser associado ao significado das palavras, algo que ocorre de forma inexplicável nos porões da mente humana e que temos o privilégio de sentir quando lemos um poema. Mas alguns escritores conseguiram operar este milagre nas suas obras em prosa, como o escritor argentino Júlio Cortázar. Um crítico brasileiro comparou a forma como o autor conduz a sua narrativa a um solo de jazz. Ou seria um solo da guitarra de Jimmy Hendrix?
Muitas vezes na história, literatura e rock flertaram e o resultado foi o enriquecimento de ambos os gêneros. A geração beat, a contracultura e o new jornalismo talvez sejam os melhores exemplos disso. Mas ainda hoje não faltam escritores que comparam trechos das letras de suas músicas preferidas a verdadeiros versos, e cantores que buscam na leitura dos clássicos, o espírito que procuram transpor para as suas canções. 

( Por Diego Eduardo Dill )