Quem sou eu

Santa Maria/Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brazil
Tome sua dose de Litera Rock ou cale-se para sempre!

24 de out. de 2012

(Imaginário Irreal)
Parte IV

Não busquei ter febre
Ela estava estabelecida em mim
Senti calafrios, depois calor
gotas de suor vertem nas têmporas
Não fiz nada
Medo de convulsionar
Logo notei o delírio
via tudo que se passava ao redor
Teu perfume por toda a parte
Batimentos cardíacos acelerados
O Lençol estava encharcado
O gosto do teu batom
Tremores
Alternância de frio e sabor
Dor e calor
Medo e tormento
Tuas mãos no meu peito
Lucidez repentina
Claridade escuridão?
Ingenuidade tesão?
Piedade favor?
Febre Amor?

(Por Marcelo Rosa)

13 de out. de 2012

(Imaginário Irreal)

Parte III

Ontem, fui deitar pensando nela. Durante uns trinta minutos rolei pela cama, sussurrando tudo aquilo que gostaria de dizer olhando dentro daqueles olhos indecisos. Meu monólogo, não passou de um breve ensaio para o dia em que realmente eu tenha coragem de declarar meus tolos devaneios. Peguei no sono. Os sonhos tomaram conta do meu inconsciente, mas não eram sonhos bons...Eram confusões vazias, “Dulceneia” não estava neles, tinha ido embora, sem ao menos me dar a chance de dizer o quanto a quero. Uma súbita dor invadiu meu peito, era tão devastadora que de sobressalto despertei. Estava tudo escuro, mas aos poucos meus olhos foram acostumando a escuridão do meu quarto, e de certa forma ela foi ficando menos sufocante. Virei levemente a cabeça para o lado e consegui ver a luz do relógio digital, ele marcava exatamente 3:16 da madrugada. A noite era fria, mas não era inverno, estávamos em outubro e na rua, tudo era silêncio. Percebi que naquele momento eu estava realmente acordado e tudo era real. Relaxei, respirei fundo e a imagem do rosto de minha adorável amada surgiu em meus pensamentos. Quis ficar ali admirando-a o resto da madrugada, mas não consegui. O cansaço de um dia fatigante logo me entregou de bandeja nas mãos do Morfeu. Adormeci. Lutei inconscientemente para não perdê-la novamente, foi em vão. A dor voltou a secar meu interior e eu vaguei pelo resto da solidão tentando encontrar um alento que me acalmasse. Malditos sonhos que me atormentam, quando vão me deixar em paz? "Dulceneia" minha querida, quem sabe um dia, Cervantes resolva te tirar das páginas do livro, deixando-a bem longe daquele atrevido e louco cavaleiro que tanto lhe venera e traga aos meus sonhos o amor que tanto espero, porque sem ele, um homem não é nada além de um cadáver que caminha acordado sob a luz do dia.

(Marcelo Rosa)

3 de out. de 2012



JukeBox Litera Rock

Sem esquecer que o Litera Rock também fala de música, o post trás “De onde vem a calma” dos Los Hermanos. A faixa está no álbum “Ventura” o terceiro trabalho dos caras que foi lançado em 2003. Não para menos, “Ventura” foi considerado pela edição brasileira da revista Rolling Stone como um dos 100 álbuns mais importantes da música brasileira. Está é a boa dica. Se você já ouviu, aproveite novamente, porque é uma obra que vale a pena repetir e repetir. Se ainda não ouviu, vai lá...Deixe ela tomar você pouco a pouco.




"De Onde Vem a Calma"

Los Hermanos

De onde vem a calma daquele cara?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente?
Ele não sabe ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil

De onde vem o jeito tão sem defeito?
Que esse rapaz consegue fingir
Olha esse sorriso tão indeciso
Tá se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão

Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado
Rei de mim.
(Marcelo Rosa)

28 de set. de 2012


(Imaginário irreal)
Parte II

Inesperadamente, ele parou; já não havia mais solas em seus sapatos, nem percepção de espaço, apenas o uivo, prolongado e agudo, do vento. Sentado na beira da estrada, sentia-se como um cacto, retido em reflexões e lembranças de outrora. Súbito, levantou-se e começou a caminhar descalço pela areia, quente e áspera do deserto. À medida que andava, fatigado e sem forças, suas pernas cambaleavam em busca de equilíbrio. Por fim, deparou-se com a única e resistente, árvore que ali estava. Cumprimentou-a e perguntou: 

- Por quem espera velha árvore? – disse o viajante, surpreso ao vê-la. 

- Espero pelo raio, corajoso viajante – respondeu ela. – Antigamente, eu era forte, robusta e cheia de frutos. Por muito tempo, fui testemunha de muitos pensadores que vinham até aqui para desfrutar de minha sombra. Porém, hoje, sou uma simples e velha árvore que espera pela tempestade. O sucesso arruinou-me.E de fato, pertencemos a tempos diferentes, porém com o mesmo acaso – refletiu ele. Nesse momento, sentou-se próximo a ela, fumou um cigarro e, repentinamente, adormeceu.

(Geison Oliveira)

27 de set. de 2012

(Imaginário irreal)

Parte I

No meio do caminho nada era perfeito, haviam pedaços de segredo espalhados por todas as partes. Andei vinte e poucos metros e avistei ao longe, na estrada, duas velhas senhoras trocando xingamentos e arranhões, numa ferrenha luta para ficar com o maior pedaço de miséria que estava pendurado num galho de solidão. Primeiramente fiquei parado, apenas observando, mas logo em seguida, perdi a cabeça, corri até elas e gritei: Parem! Vocês não estão vendo que estão assustando a imaginação com toda essa baderna? Prontamente elas voltaram os olhos para mim e a mais triste delas me perguntou esfregando as mãos: O bondoso senhor tempo, tens uma moeda para me ajudar? Não, respondi. Meus olhos rapidamente se abriram, e eu recomecei a viver na doce juventude dos meus 99 anos.

(Marcelo Rosa)

3 de set. de 2012


O SARCASMO

Quebra todas as vidraças, mas deixa as almofadas intactas e em seus devidos lugares. Escova seus dentes e mesmo assim, tem um hálito insuportável como se tivesse saboreado pequenos pedaços de guerra e paz.
Rude e sagaz, queima a carne e serve a seus ilustres convidados com a mais pura sinceridade, que herdou de seus antecessores. E sem a mínima intenção, torna-se refúgio dos modestos e virtuosos perante a sociedade recatada.


(Marcelo Rosa)

27 de ago. de 2012


ZOV

Ao longe escuto o som da voz que se calou e que clama desesperadamente para ser ouvida. Eu dou de ombros e sigo, nada mais importa...A dor já vai passar, o tempo já vai mudar e o inverno ainda está aqui. O barulho dessas palavram me enlouquece, cubro meus ouvidos com o travesseiro que eu havia  escondido atrás da insônia que deixei no armário, bem ali, ao lado do som da voz que se calou.




...In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone
'Neath the halo of a street lamp
I turned my collar to the cold and damp

When my eyes were stabbed
By the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence...

(Marcelo Rosa)

12 de fev. de 2012

Dostoievsky


Entre tantos convites e promessas, finalmente, cá estou colaborando, pela primeira vez, no blog Litera Rock. Então, como colaboração decidi escrever um pouquinho sobre o livro o qual estou lendo nesse exato momento. Crime e Castigo, assim intitulado, ultrapassa barreiras, classes sociais e busca no íntimo de cada personagem, o mundo oculto da consciência humana, o medo, a incerteza e a miséria. Publicado em 1866, numa sociedade desigual e decadente, tomada pela tradição czarista, Crime e Castigo é a segunda obra de Fiódor Dostoiévski. O romance narra à história de um jovem e pobre estudante de Direito, chamado Raskolnikov, que deixa a faculdade por falta de dinheiro. Assim, o sonho da família de vê-lo como um grande doutor, se desfaz. Deixo logo abaixo um video com um debate explicativo sobre essa grande obra de Fiódor Dostoiévski.


(Por Geison Oliveira)

28 de jan. de 2012

O AMOR É UM ROCK

- Jasão chora os filhos mortos: Se você tá procurando amor
Deixe a gratidão de lado:
O que que amor tem que ver
Com gratidão, menino,
Que bobagem é essa?

Fazendo umas descobertas no You Tube, encontrei uma perola da música brasileira, Tom Zé. Não que eu o tenha descoberto apenas hoje, não é nada disso. Tom Zé já me havia sido apresentado há muito tempo, mais precisamente na música Preta Pretinha dos Novos Baianos. Uma pena que quando, tive a oportunidade de ouvi-la pela primeira vez, tal formação baiana já havia se desfeito. Mas voltando a descoberta que fiz, quero compartilhar aos amigos a incrível obra chamada "O Amor é um Rock" de um bom gosto ácido e sarcástico. Nessa canção, Zé exprime toda a realidade que nós, meros escravos do amor fingimos não ver.

...O amor é egoísta...”
...O amor é sem caráter...”
...Sem alma, cruel, cretino, descarado, filho da mãe...”
...O amor é um rock e a personalidade dele é um pagode...”


(Por Marcelo Rosa)

26 de jan. de 2012

I

      Venha cá, veja esse sorriso estampado em meu rosto. Bonito, né? Ele reflete o quão feliz me sinto longe de você. Espere, não fique triste por ouvir essas palavras tão duras, não chore. Venha aqui, chega mais perto e olha bem no fundo dos meus olhos...Viu, está enxergando a minha alma? Não? Pois é, amor. Desde o dia que foste embora da minha vida, meu corpo se desprendeu da minha alma, que vive por aí a vagar na sua insistente procura. Não se iluda com o meu sorriso ele é apenas um refúgio luminoso de um corpo que perdeu a luz da alma. 


(Por Marcelo Rosa)