(Imaginário irreal)
Parte I
No
meio do caminho nada era perfeito, haviam pedaços de segredo
espalhados por todas as partes. Andei vinte e poucos metros e avistei
ao longe, na estrada, duas velhas senhoras trocando xingamentos e
arranhões, numa ferrenha luta para ficar com o maior pedaço de
miséria que estava pendurado num galho de solidão. Primeiramente
fiquei parado, apenas observando, mas logo em seguida, perdi a
cabeça, corri até elas e gritei: Parem! Vocês não estão vendo
que estão assustando a imaginação com toda essa baderna?
Prontamente elas voltaram os olhos para mim e a mais triste delas me
perguntou esfregando as mãos: O bondoso senhor tempo, tens uma
moeda para me ajudar? Não, respondi. Meus olhos rapidamente se
abriram, e eu recomecei a viver na doce juventude dos meus 99 anos.
(Marcelo Rosa)
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